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Em alto-mar, não havia com quem conversar. No entanto, eu ouvia todos os meus pensamentos. Será que era eu conversando comigo mesmo, ou estava aprendendo a conversar com todos os mares, com o oceano?
Fiz a escolha certa ao embarcar; caso contrário, sei que sentiria falta de uma viagem que não aconteceu, de uma aventura que não vivi, de um aprendizado que não recebi. Podia me deitar e dormir.
Acordei com a brisa. O sol nascendo. O céu alaranjado. E a brisa brincando em meu rosto. Uma brincadeira que me agradou. Sentei-me para apreciar o oceano alaranjado. Apreciar a bola de fogo. Uma bola no céu, outra no mar.
A realidade e a ilusão. Duas bonitas bolas. E ventava, ventava, ventava. Tive fome. Saboreei a lembrança das refeições que já havia feito. Um lado meu ficou saciado. O outro lado doía, roncava, reclamava por comida…