… O rio América atravessava a cidade de ponta a ponta, dividindo-a ao meio. As suas águas límpidas, onde todos se banhavam nos momentos de lazer, também dividiam a população. E era mesmo algo inacreditável. No lado Norte, moravam as pessoas que riam à toa e confiavam no presente e no futuro. No lado Sul, moravam as pessoas que reclamavam de tudo e desconfiavam até da própria sombra. O rio e a forma de pensar separavam também dois compadres que se conheciam de longos carnavais: Zé das Galinhas e Zé do Ouro. Todavia, entre os compadres havia um fato curioso. Um parecia ser tão rico quanto o outro. E ninguém sabia ao certo qual dos dois era o mais rico. Nem eles mesmos. A curiosidade chegava a arder, incomodar. Os moradores do lado Norte do rio tinham certeza de que era o Zé das Galinhas. Já os moradores do lado Sul afirmavam de pés juntos que o Zé do Ouro era o homem mais rico de Santa América. Certo dia, os dois compadres foram ao banco para consultar os saldos de seus investimentos e…