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Fome de poesia

Existe fome de comida. E existe fome de poesia. Crianças sentem as duas fomes. Precisam cuidar primeiro da fome que está maior. Depois, cuidar da fome que está menor. O que uma criança faz quando a fome de comida chega e não passa? Sonhar resolve? Será que a fome de comida é sempre maior que a fome de poesia? Ou, às vezes, a fome de poesia pode ser muito maior? Graças a uma Professora zelosa, duas crianças protagonizam a própria história com uma poesia arrebatadora.

Autor: Jonas Ribeiro
Ilustrador: Cláudia Cascarelli
Editora: Suinara


Marinho gostava de imitar tatu. Fazia buracos no tempo, tudo para chegar naquele tempo infinito e encontrar a professora amorosa e inteligente na biblioteca. Lá, eles liam sem pressa, sem um pingo de preguiça. Acabavam um livro, começavam outro. Nem se importavam quando o livro era mais volumoso. Se o livro fosse bom, podia ter o dobro de páginas que eles nem reclamavam. Lá, na biblioteca do tempo infinito, sentiam apenas fome de poesia, aventura, ternura. Era bom. Porque lá, Marinho sabia ler. No entanto, era só deixar o buraco, despedir-se da professora e voltar para a realidade que ele desaprendia o que sabia, como se nunca tivesse lido aquela montanha toda de livros…

 

Fome de poesia