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Silêncio de Filha

Juliana adora falar e, por consequência, o silêncio é algo que ela ainda não conhece muito bem. Após magoar uma amiga com um comentário desnecessário, Ju contará com a ajuda e com o silêncio da mãe para reconquistar a amizade de Marina. Além disso, as duas trocarão pequenos textos escritos com o coração e cheios de ensinamentos. Nesta história, você entrará em contato com os bilhetes, reflexões, trechos do diário de Juliana e, sobretudo, com a cumplicidade entre mãe e filha. São as descobertas, alegrias e tristezas de uma adolescente que está conhecendo a si mesma, a importância do silêncio e também a força das palavras.

Autor: Jonas Ribeiro
Ilustrações: Flávio Fargas
Editora: Editora do Brasil

Sabe, Psiu, eu gosto de ir à escola, de encontrar minhas amigas, mas hoje, percebi que a Marina não quis nem olhar pra mim. Foi só eu me aproximar da turma para ela sair. E isso mexeu comigo, fez um arranhãozinho na minha alegria. Não ficarei sossegada enquanto não falar com ela. Minha mãe notou que eu continuava apagadinha. Perguntei-lhe como havia percebido. Ela respondeu:

— Intuição de mãe.

— Como assim?

— E desde quando a gente consegue explicar o que é intuição?

— Tente…

— Sei lá, filha, é quando a gente sabe como o outro se sente, se ele está triste, feliz, preocupado. A gente olha e sabe o que tem de fazer. É uma espécie de inteligência que ajuda o coração a tomar decisões. É o nosso mapa, a nossa voz interior. A intuição sinaliza quando devemos ou não confiar em alguém, quando vale a pena aceitar um convite, e, principalmente, quando devemos contar algo ou não; ouviu, minha mocinha linguaruda?

É, mãe, falando assim até parece fácil. Não é, não. A propósito, achei genial a ideia que você teve para eu pedir desculpa pra Marina. Sozinha, não conseguiria pensar em algo…