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O menino de muitas caras

O que acontece se um menino grande bate nas meninas e nos amigos menores e ninguém fala nada? O que acontece se um menino grande inventa apelidos desagradáveis para a classe inteira? O que acontece se um menino grande pede um lápis emprestado e não se lembra de devolvê-lo? Será que os meninos menores sempre serão prejudicados pelos meninos maiores? Como resolver a mentira, a falsidade e a injustiça que acontecem em sala de aula? De repente, a solução pode estar na Arte, ao alcance de todos. Nesta história, um menino pequeno sofre bullying de um menino grande que o enche de apelidos. O menino grande se vale do cordel para atormentar o menino pequeno. A pressão aumenta a cada dia até o momento em que o menino pequeno cria coragem e coloca a boca no trombone.

Autor: César Obeid e Jonas Ribeiro
Ilustrações: Andrea Ebert
Editora: Editora do Brasil

…Havia um menino pequeno que adorava brincar. Ele era vizinho de um menino grande que adorava brigar. Os dois estudavam na mesma classe, só que o menino grande vivia provocando o menino pequeno: – Seu cara de pastel, de lesma amassada, cara de banana. O menino pequeno segurava as lágrimas para não chorar na frente de ninguém. Ele sentia muita agonia e queria pedir ajuda, mas não conseguia. Tentava falar, revidar, e nenhuma palavra saía. Havia virado rotina. Todo dia o menino grande inventava um monte de caras para o menino pequeno: – Seu cara de chulé, de picolé de chuchu e de macaco assustado. E cada vez mais o menino pequeno entristecia. Era só pôr os pés na classe para ouvir as provocações do menino grande. Já estava perdendo a conta de quantas caras ele era chamado pelo seu vizinho. E, pior, na frente de seus amigos, sem poder dizer uma palavra. A vontade do menino pequeno era de se trancar em seu quarto e nunca mais sair de casa. Ainda bem que, na escola, a professora…

 

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