… Era uma quarta-feira. Um dia nublado, com bastante mormaço. Nicholas assistia à terceira aula. Sentia uma fome de leão. Às dez horas em ponto o sinal do intervalo bateu. Nicholas deixou a sala de aula voando e seguiu direto para a cantina. De repente, seus olhos avistaram uma nota de cinquenta reais caída no chão, ao lado de um cesto de lixo. E algo aconteceu… Nicholas não pensou duas vezes. Foi até a sala da coordenadora Sandra. Contou-lhe onde tinha encontrado a nota e a entregou. Sandra agradeceu ao aluno e o elogiou. Prometeu que, depois, passaria de sala em sala procurando pelo verdadeiro dono. Nicholas deixou a sala da coordenação com uma grande alegria no peito. Quando Sandra foi almoçar, ao meio-dia, encontrou uma amiga no restaurante. Fazia tempo que as duas não se viam. Embalaram numa conversa danada de boa. A amiga de Sandra se chamava Dulce. Quantas novidades! Quantas notícias para colocar em dia! Sandra nem percebeu que Nicholas havia plantado uma invisível flor de esperança em seu coração. Ela sentia apenas que estava muito feliz. E algo aconteceu… Dulce contou a Sandra que o pai estava com mal de Alzheimer. Sandra ouviu o desabafo da amiga com respeitoso silêncio e, sem pensar duas vezes, abriu a bolsa, retirou um livro e o deu de presente a Dulce. Era uma história que falava de paciência e tolerância. Ao chegar a sua casa, por volta das quatorze horas, Dulce cumprimentou com entusiasmo o pai e a mãe. Os dois estranharam o tom animado na voz da filha. Nada comentaram. Sentiram-se bem com aquele gesto amistoso. Dulce nem percebeu que Sandra havia plantado uma invisível flor de esperança em seu coração. Ela sentia apenas que estava muito feliz. Sugeriu à mãe que se deitasse um pouco e deu um banho no pai. Depois, sentou-se com ele. Abriu o livro e começou a ler em voz alta. Assim, o pai também…